Halitose – O que é? Como prevenir?

De acordo com a Associação Brasileira de Halitose, “a halitose ou mau hálito é uma condição anormal do hálito que se altera de forma desagradável. A palavra halitose se origina do latim. “Halitu” significa ar expirado e “osi” alteração. É, portanto, o odor expirado pelos pulmões, boca e narinas”.

Existem aproximadamente 60 causas distintas e, por este motivo, o mau hálito tem característica multifatorial, ainda que em mais de 90% dos casos sua origem se dá na cavidade bucal, acompanhada ou não de alterações sistêmicas. Pode ser de origem fisiológica (hálito da manhã, jejum prolongado, dietas descontroladas ou hábitos ou alimentação inadequada), devido a razões locais, como má higiene bucal, placas bacterianas retidas na língua (saburra lingual) ou amídalas (cáseos amidalianos), baixa produção de saliva (hipossalivação), doenças da gengiva, problemas em vias aéreas (adenóides, rinites, sinusites…), estresse ou mesmo por razões sistêmicas, dentre elas diabetes, problemas renais ou hepáticos, prisão de ventre acentuada e outros. Cerca de 85% a 90% dos casos de halitose se originam na boca, um ecossistema no qual vivem centenas de espécies de bactérias com diferentes necessidades nutricionais.

Quando essa flora digere proteínas, podem ser liberadas substâncias que têm mau cheiro. Entre elas: gás sulfídrico, resultante do metabolismo anaeróbico (cheiro de ovo estragado), escatol (substância também encontrada nas fezes), cadaverina (associada à decomposição de corpos), putrescina (à decomposição de carne) e ácido isovalérico, também presente no suor dos pés. A mistura dos odores dessas substâncias não costuma ser percebida pelos portadores de halitose, mas provoca repulsa nos que se relacionam com eles.

Pesquisas recentes de Walter Loesche, na Universidade de Michigan, demonstraram que os microrganismos presentes na língua são diferentes dos da placa dentária. Estudando pessoas saudáveis com halitose, o grupo de Loesche mostrou que a principal região anatômica responsável pela halitose não é a placa dentária, como se pensava, mas a área mais posterior da língua, no fundo da cavidade oral.

A explicação é simples: essa região recebe um fluxo diminuído de saliva e contém grande número de pequenas criptas (invaginações), nas quais as bactérias podem esconder-se. Nesse local privilegiado, elas digerem as proteínas de restos alimentares aí retidos e as contidas no muco que goteja imperceptível dos seios da face na direção da faringe (gotejamento pós-nasal). Esse gotejamento persistente é encontrado em cerca de 25% da população urbana, como resultado de alergias,poluentes químicos e processos inflamatórios das mucosas nasais e dos seios da face (sinusites). Outra causa de halitose com origem na boca é a má conservação dos dentes, inflamação das gengivas, restos alimentares entre os dentes e abscessos. De 5% a 10% dos casos são provocados por inflamações das fossas nasais; 3% têm sua origem em processos infecciosos localizados nas amídalas e apenas 1% em outras localizações. Rarissimamente o estômago ou outras partes do aparelho digestivo estão envolvidos na halitose. O uso excessivo de medicações, fatores como o fumo, drogas, uso de bebidas alcoólicas e a utilização de soluções para bochecho com álcool na composição também são fatores que podem comprometer o hálito.

Dicas para evitar a halitose

  • Realizar pequenas refeições a cada 03 horas, pois jejum prolongado pode comprometer seu hálito;
  • Evitar alimentos que contribuam para o ressecamento bucal (muito salgados, quentes ou condimentados);
  • Evitar o consumo excessivo de alimentos com odor carregado ou contendo enxofre em sua composição (ex: alho, cebola, picles, repolho, couve, brócolis…), gorduras e frituras em geral, de ação estimulante (café, refrigerantes tipo “cola”, achocolatados), ricos em proteínas (carne vermelha, leite e derivados), dentre outros; *Ter uma dieta balanceada, incluindo uso de alimentos duros e fibrosos; Evitar álcool e fumo em excesso;
  • Ingerir bastante líquidos com preferência para água (média de 2 litros/dia); *Realizar adequada higiene bucal (incluindo limpeza da língua) e evitando o uso de soluções para bochecho com álcool na composição; *Visitar o dentista semestralmente, prevenindo assim problemas dentários e gengivais (ex: tártaro, sangramentos…);
  • Realizar exames de saúde geral (check-up) anualmente;
  • Praticar atividades físicas;
  • Reduzir o estresse.


Esperamos que com essas dicas você possa agregar à rotina hábitos mais saudáveis,

Um forte abraço,

Dr. Davi Cartaxo.

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Créditos na foto: Freepik

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